"Bel Ami" (2012) é um filme mediano e que traz Robert Pattinson no elenco, assim como em "Cosmopolis" do renomado Cronenberg, Pattinson está diferente, mas não o suficiente. Por enquanto ele é apenas um chamariz para as produções. Porém, não é de todo mal, ele está fadado a aguentar críticas violentas a sua expressão facial e seus trejeitos que volta e meia aparece, mas há esperança de que ele desencadeie uma carreira boa paralela ao estrondoso sucesso da saga Crepúsculo, isso se algum diretor acreditar de verdade e fazer com que tire do âmago seu talento.
"Bel Ami" é uma adaptação do clássico romance de Guy de Maupassant, escrito em 1885, ele fala de uma época onde a arte de seduzir, de intrigar e de manipular dados é a maneira mais eficaz para conseguir a ascensão social.
Georges Duroy (Robert Pattinson), é filho de um camponês e ex-soldado que passa por dificuldades na cidade de Paris em 1890. Ele não tem dinheiro, instrução ou classe, apenas guarda ressentimento de todos aqueles que possuem mais do que ele. Uma noite reencontra um velho amigo do tempo do exército, Forestier (Philip Glenister), que convenientemente é editor de um jornal sobre política na cidade. Condoído ao ver seu colega em tão deplorável estado, o editor lhe dá dinheiro para comprar vestes novas e o convida para jantar em sua casa, na esperança de oferecer-lhe um emprego melhor do que ele tem agora. E assim, Georges vai e conhece as mulheres mais influentes de Paris, Madeleine (Uma Thurman), Clotilde (Christina Ricci) e Virginie (Kristin Scott Thomas). Georges vê nelas seu passaporte para a felicidade e seduz todas, uma de cada vez, e as usa conforme lhe é conveniente. Por exemplo, ele consegue um excelente emprego no jornal, graças aos artigos que Madeleine escreve e nos quais ele apenas assina. A frase: "As pessoas mais importantes de Paris não são os homens poderosos, mas sim, suas esposas". Certamente é o grande ponto do filme.
O livro é muito mais denso e foca nas tramoias políticas da época, imprensa sensacionalista, a sede pelo poder através de modos mais cômodos, esses temas rodeiam o filme o tempo todo, mas de modo superficial, nos deixando sem saber por completo o que está acontecendo, o roteiro preza mais nas conquistas do rapaz, pulando de mulher em mulher, ao que lhe convém, usa de sua jovialidade, sua beleza e dá o bote em mulheres aparentemente insatisfeitas ou predispostas a serem amantes.
"Bel Ami" não ajudou muito Robert Pattinson a se livrar do esteriótipo de galã de adolescentes, o subtítulo empregado também não ajuda muito na seriedade do longa. Bel Ami em francês significa, o bom amigo, assim como o definem as mulheres das quais ele busca ascensão. É um longa correto, elegante, até pomposo, mas raso, não dando a profundidade da qual o livro tem. A história envolve o espectador, mas de modo corrido, tudo acontece sem mais nem menos, e do nada o filme acaba. Vale ver as excelentes atuações de Uma Thurman que faz uma mulher sensual e inteligente. Kristin Scott Thomas esbanjando charme pelo olhar, é uma senhora distinta que perde a compostura diante ao rapaz sedutor. Christina Ricci é uma mulher sensata, compreensiva e que ama Georges de verdade. As três são perfeitas em cena, colocando em evidência sensualidade e sutileza.
Georges usa as mulheres para alcançar o poder, mas a história fica somente na parte prática, onde ele as leva para a cama, o jogo político envolvendo o jornal fica de lado e por isso mostra-se uma obra não inteligente. É um filme acessível, tem seus pontos fortes, mas ao todo não convence.
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