"Maioria Oprimida" (2010) dirigido por Eleonore Pourriat é um curta-metragem excepcional que retrata a vida de um homem que sofre de sexismo diariamente em um mundo dominado por mulheres.
É incrível que o baque em algumas pessoas só aconteça quando há a inversão de papéis, colocando o homem na pele da mulher vivenciando o cotidiano, coisas que são vistas como normais, as tais 'cantadas' seguidas daqueles ruídos odiosos, ou mesmo aquela virada de cabeça. Infelizmente faz parte do dia a dia da mulher, e tudo isso acontece porque essas ações são aceitas e passadas ao longo do tempo. No curta observamos o contrário, as mulheres é que dominam a sociedade, o protagonista desde o momento que sai de sua casa começa a sofrer com assédio, seja por causa da roupa, por estar sozinho e etc. São olhares invasivos, palavrões, e por fim o estupro. Ao recorrer à delegacia a delegada desfaz do caso e ainda justifica a violência pela roupa que ele estava usando, e sua esposa ao invés de ajudá-lo fica impaciente e não dá o devido valor ao fato. Acontece muito isso, a mulher ser violentada e ainda a culpa cair sobre ela. A inversão de papéis foi uma maneira simples, mas genial para despertar a atenção à opressão que a mulher sofre todos os dias, a ideia é clara e objetiva e atinge perfeitamente a questão, a sociedade machista em que vivemos.
Sem dúvidas o machismo está incrustado na nossa sociedade, seja em homens ou mulheres, muitas situações retratadas necessitam ser repensadas, não é normal, não é gostoso receber comentários chulos, além de causar constrangimento e medo.
Ao assistir "Maioria Oprimida" vemos que há algo errado, a inversão de papéis promove esse olhar, e é preciso que todos percebam que essas atitudes tão cotidianas precisam parar.
Em menos de 11 min o curta satiriza e reflete sobre o quão nocivo é o sexismo, e mostra comportamentos que são repetidos e vistos como normais, algo que só aumenta mais o machismo na cabeça das pessoas. É uma importante questão que cada vez mais precisa ser discutida porque ninguém merece ser desrespeitado, constrangido ou diminuído pelo seu sexo.
Nota: No final o personagem diz a palavra Femista que é o inverso de machista e não Feminista que é o movimento pelo direito das mulheres.